Novidades e perspectivas no tratamento da diabetes (1)
São grandes os esforços científicos e financeiros que se investem todos os anos, e um pouco por todo o mundo, na Investigação da Diabetes. São milhares os estudos científicos sobre a Diabetes, que se publicam anualmente. Uma grande parte destes estudos são de investigação básica (bioquímica, genética, imunológica) tentando esclarecer a (s) causa (s) da doença e das suas manifestações ou complicações clínicas. Mas são, também, múltiplos os trabalhos de investigação acerca de novas formas de tratamento da Diabetes e das suas complicações. É usual serem divulgadas notícias sobre «novos tratamentos para a diabetes», quer nos jornais, quer na Televisão. A maioria dessas notícias, embora com um fundo de realidade, carece de rigor, e pode levar ao engano milhares de pessoas com Diabetes, criando - lhes expectativas e esperanças que, depois, vêem frustradas ao falar com o seu médico assistente. Mesmo quando algumas novidades têm «pernas para andar», deve ter-se presente que, habitualmente, decorrem alguns anos entre a descoberta científica e a possibilidade de a aplicar na prática do dia -a -dia. Serve, este espaço, para divulgar e ajudar a esclarecer todos os interessados, acerca das NOVIDADES E PERSPECTIVAS no tratamento da diabetes. Insulina Uma nova forma de administrar a insulina É VERDADE !
Finalmente parece que se conseguiu uma alternativa credível às injecções de insulina. trata-se de administrar a insulina através de um aerossol para inalação pulmonar. Isto consegue-se utilizando um aparelho semelhante a alguns utilizados pelos asmáticos. Para já, a insulina com possibilidades de administração por esta via é só a de acção rápida. Já foram realizados estudos em pessoas com Diabetes do tipo2 que estão sob terapêutica com insulina e em pessoas com Diabetes do tipo1 (insulino-dependentes). Estes estudos compararam a acção da insulina rápida administrada pelas habituais injecções sub-cutâneas com a administrada por aerossol e os resultados foram excelentes. Claro que, para lá da grande satisfação das pessoas com Diabetes que participaram nestes ensaios e que se livraram de umas «picadelas» durante o tempo do estudo, a grande notícia é que se conseguiu um bom controlo da diabetes com esta forma de administrar a insulina. Convém, aqui, lembrar que todas as pessoas com Diabetes insulino-dependentes necessitaram de manter a sua habitual injecção de insulina de acção prolongada à noite. É previsível que dentro de 2 a 3 anos, se os estudos mais alargados que se seguem o confirmarem, já seja possível substituir as injecções de insulina rápida antes das refeições, por uma ou duas inalações ou «bombadas» de insulina. Outras formas de administrar a insulina? Tentativas para a administração de insulina por outras vias têm sido, por uma razão ou por outra, frustradas. A mais estudada tem sido a administração nasal. Contudo, não existe, por enquanto, fiabilidade nos resultados obtidos com esta forma de administrar a insulina. A via rectal (supositórios de insulina?) é, também, uma via em investigação. A via trans-dérmica (adesivos de insulina?) não tem tido resultados promissores, até agora.